Pedra reproduzida em laboratório é fenômeno entre os millenials e a geração Z graças aos preços acessíveis e a inexistência de impacto ambiental
É impossível não associar anel de noivado com um solitário de diamante. Afinal, as pedras brilhantes e valiosas passaram a ser sinônimo de status e afeto. No entanto, essa percepção está mudando. É só dar uma passeada pelo Instagram, Pinterest e Tik Tok para constatar que os millenials e a geração Z têm apostado em uma alternativa aos diamantes naturais: a moissanita. Criada em laboratório, a mesma não necessita de mineração, tem muitas características semelhantes à concorrente e é muito mais barata.
A moissanita é coloquialmente conhecida como um “diamante do espaço” por ter sido foi originalmente descoberta em 1893 pelo químico e ganhador do prêmio Nobel Dr. Henri Moissan, após um acidente de um meteorito. A princípio, o mineral foi confundido com partículas de diamante devido à sua dureza, brilho, beleza e outras semelhançass. A moissanita é constituida por carboneto de silício e foi nomeada em homenagem a Moissan, que notou o potencial lucrativo dessa pedra, que pode ser reproduzida infinitas vezes em laboratório sem que seja preciso agredir a natureza.
Atualmente a Aurora Diamonds, empresa que é referencia nacional na importação de moissanita, tem relatando recorde de vendas, enquanto designers de joias independentes estão apostando nela como uma alternativa às gemas tradicionais. As redes sociais estão lotadas de referências de peças feitas com a pedra e o Youtube conta com quase 40 mil vídeos que a comparam com o diamante e constatam que a diferença é imperceptível.
Imagens de algumas das peças de Heidi Gibson – reprodução https://www.instagram.com/heidigibsondesigns/
Mas, afinal, por que o interesse surgiu só agora? Primeiramente, a moissanita oferece um preço muito competitivo. Para comparação: um diamante natural de dois quilates redondo, dependendo da qualidade e cor pode chegar a custar US$ 26 mil dólares, enquanto uma moissanita de mesmo tamanho não costuma passar de US$ 800 dólares. Cor D, a mais recente linha importada para o Brasil pela Aurora Diamonds, é uma das primeiras totalmente incolor que imita os mais preciosos cortes de diamantes e está disponível em diversos formatos e lapidações diferentes. Ou seja, as opções e combinações são infinitas, o que seria inviável com os diamantes naturais.
Heidi Gibson, uma designer de joias com sede na Califórnia, acredita que esta acessibilidade é crucial para o aumento da popularidade da moissanita. “Meus clientes gostam de minhas peças porque querem um design de forte impacto visual, ainda que não tenham dinheiro para um solitário de cinco quilates”, disse à Bazaar UK. “Em meus projetos, essa pedra sempre aparece acompanhada de pequenos diamantes para que as pessoas sintam que elas têm o melhor dos dois mundos: “o anel de diamante”, sem o enorme preço da pedra central. Eles podem comprar um anel que aparenta custar US$ 20 mil (R$ 62 mil) por muito menos.”
“Há dois anos, o conceito de pedras concebidas pelo homem enfrentava uma grande resistência dos consumidores, mas agora o número de empresas entrando no mundo de gemas criadas em laboratórios está crescendo muito”, disse Sarah Williams, vice-presidente de marketing e branding da Charles & Colvard.